vendredi 2 juillet 2010

29ª Bienal de SP e outros Salons - "Existe sempre um copo de mar para um homem navegar"

De 21 de setembro a 12 de dezembro teremos a 29ª Bienal de SP. Momento da arte contemporânea mundial. Esta exposição se propõe a ser um campo - ou terreiro, como serão chamados cada um dos seis espaços em que está organizada a mostra - não de Verdades absolutas, mas de reflexão e fruição.



A primeira Bienal de SP aconteceu em 1951, e nela temos a "Unidade tripartida" de Max Bill, prêmio internacional desta primeira edição. Lembro que nem todos os premiados em salões realizam trabalhos transformadores. Entretanto estas mostras podem ser uma bússola (como os curadores da Bienal bem escolheram a imagem) para pessoas que apresentam e representam o mundo através das artes e para todos que amam arte.

Em 1863 tivemos o "Salon de Réfuses" com obras de artistas como Manet, Pissarro e do inclassificável Cézanne; todos eles foram recusados no Salon de Paris porque fugiam dos parâmetros pré-estabelecidos. E pergunto: -Quem lembra do nome, ou pelo menos da obra do vencedor do Salon de Paris de 1863?

O mundo não seria o mesmo sem: (citando somente alguns exemplos francófonos):

*o trabalho de Cézanne;

*as obras e inovações de Le Corbusier, com uma arquitetura que se integra ao urbano e Le Plan Libre. O MASP, o MAM que é muito parecido com a Villa Savoye, em Poissy-sur-Seine, na França e tantos outros projetos não existiriam;







  • Pavillon Suisse et MAM-SP

*a Arte Conceitual de Marcel Duchamp;

*a literatura que quebra as noções de tempo e espaço, com um discurso da consciência, de Marcel Proust (este autor foi recusado pela primeira editora na qual pretendia publicar À la recherche du temps perdu);

*as esculturas alongadas de Alberto Giacometti, sem elas não teríamos as personagens de Tim Bruton em "A noiva cadáver", além de todo o trabalho Expressionista deste escultor e pintor;







*Michel de Montaigne viveu no século XVI e é filósofo de questões do XXI.

E muitos outros trabalhos de artistas e pensadores fundamentais, como Victor Hugo, Flaubert, Balzac, Baudelaire, Magritte, Marc Chagall etc. Os quais tiveram coragem de realizar suas obras com ou sem o apoio da opinião vigente. Nem sempre o que está dentro dos padrões se torna imortal.


No contemporâneo das artes podemos navegar de 21 de setembro a 12 de dezembro na Bienal de São Paulo.
Como escreve Baudelaire no poema "Le Voyage": "...Plonger au fond du goufre, Enfer ou Ciel, qu'importe?/ Au fond de l'Inconnu pour trouver du nouveau!"
-Mergulhemos na vida realmente vivida: a Arte*.



A. Renard.

Sugestões de leitura:
http://angelinacorrearenard.blogspot.com/2010/01/obras-primas-recusadas.html http://angelinacorrearenard.blogspot.com/2010/01/cezanne.html

* Referência a Proust, ele escreve que a única vida realmente vivida é a Arte.

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